quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Ponderação a respeito da vida, espiando na vidraça o desenrolar das lágrimas de chuva

     - Certa vez me falaram:
 "Não sinto pena de ninguém, cada um tem o que merece e colhe o que planta".

Fiquei pensando na força que tinha essa frase. Será? 
Em termos, tudo na vida tem seu prós e contras, colhemos o que plantamos, sim, porem nem todos tem aquilo que merecem (ou julgam merecer). Nem tudo na vida depende só de nós, e as vezes sofremos por consequência de atos alheios, o que nos difere é a maneira como enxergamos as coisas, como reagiremos às circunstancias. Alguns choram, outros lamentam e alguns tentam contornar da maneira que podem. 
          Mas afinal, qual é o sentido da vida? Uma vez sabendo que vivendo um dia iremos morrer, tanto sofrimento, tanta dor, a angustia, ansiedade, expectativas. Muitos vivem e não tem a oportunidade de saber o que é a paz, o conforto de um lar, de uma família que o ama. Muitos morrem depois de ter passado a vida inteira correndo atras de coisas fúteis...

Qual o seu maior medo? 
- Ora, não estou falando de fobias, estou falando de medos;
Pois bem, o meu maior medo é um dia olhar pra trás e descobrir que desperdicei meu tempo, que não aproveitei minha juventude, as oportunidades, que fechei os olhos diante da beleza da vida que todos os dias me era oferecida e eu deixei passar despercebido. Resumindo, eu tenho medo de não ter tentado, medo de não ter vivido tudo o que pude, em todos os detalhes. A vida é tão rara! E me aterroriza o fato de pensar que a cada segundo que passa é uma parte da minha vida q simplesmente passou, e não voltará. Vivemos a nossa rotina, os mesmos lugares, mesmas pessoas, sob o mesmo céu, o mesmo sol, mas por mais que os dias possam parecer iguais, cada dia é único, assim como nós somos seres únicos. Um pôr do sol nunca será igual ao outro, mas com certeza cada um tem a sua beleza na sua maneira. 
    Sou do tipo de pessoa que anda por ruas e trajetos diferentes quase todos os dias, não é um mero capricho. As pessoas se tornaram automáticas e cegas, de tanto agir e andar da mesma forma, pelos mesmos lugares, acabam ficando cegas, não que não enxerguem mais, mas o processo natural de psico-adaptação não nos permite ver ou sentir as coisas como elas são na sua totalidade.
    Não sei o que to querendo dizer, se tem coerência ou não, se faz sentido ou não, eu só sei que a minha sede de viver é enorme, de viver, de sentir, de ser e de fazer, afinal, qual será o meu legado? Sera que partirei e serei apenas estatística? 
Não quero ser um numero, se não for pra fazer a diferença, seja ao atravessar uma rua, ou ser a diferença na vida de alguém, não quero ser ou existir. 
Você vive ou apenas respira? 
Eu quero viver profundamente, o que é raso não me atrai, quero sorrir e ser feliz, assim como terão os dias em que irei chorar e sofrer. Muitos querem eliminar a dor da sua vida... "Que a felicidade vire rotina", eu lhe pergunto, o que seria da felicidade se não fosse a tristeza? Você ao menos saberia que está feliz se não soubesse o que é ser triste? Não que eu cultive a tristeza ou que despreze a ideia de se sentir bem ou feliz, mas tudo que é rotina, enjoa, até mesmo a comida que você mais gosta, se você a comesse todos os dias, no café da manhã, almoço e janta você com certeza iria enjoar.   Precisamos do equilíbrio. Você não saberia o que é o silencio se não houvesse barulho. 
Valorizar os momentos felizes, se cair, levante-se! Se chegar ao fundo do poço, ótimo! Pois só assim poderá pegar impulso para emergir. Tudo na vida é experiencia, sejam elas boas ou ruins, o que vale é aprender sempre e continuar. "Só conhece o vinho doce aquele que já provou do amargo".